Helen Francine

O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos no Brasil, conhecido como “Setembro Verde”. Esta campanha busca esclarecer a importância do tema, que deve ser discutido por toda a sociedade. Segundo dados de agosto de 2024, no Brasil, 44.086 pessoas aguardam um transplante no país, com 25.800 homens e 18.200 mulheres nessa lista. Até agosto de 2024, 5.772 transplantes foram realizados, beneficiando cerca de 3.500 homens e 2.100 mulheres.
De acordo com Marcus Couto, médico intensivista e membro da Associação Brusquense de Medicina, as doações são regulamentadas pelo Sistema Nacional de Transplantes, que estabelece diretrizes rigorosas para o processo. “A doação de órgãos é permitida pela Lei nº 9434/1997 e regulada pelo Decreto nº 9175/2017. É fundamental que os familiares estejam cientes do desejo do doador, pois sua autorização é necessária”, explica Couto.
Os doadores geralmente são pacientes com morte encefálica confirmada, e as doações podem ocorrer tanto de forma viva — como rins e parte do fígado — quanto após a morte. A retirada dos órgãos é realizada em ambiente cirúrgico, garantindo segurança aos receptores.
Embora a doação não exija documentação formal, é crucial que o desejo de doar seja comunicado à família. A lista de espera para transplantes é única, englobando tanto pacientes do SUS quanto da rede privada, e é organizada com base em critérios como compatibilidade sanguínea e gravidade da condição clínica.
Couto destaca que, apesar dos preconceitos e dúvidas sobre o tema, a doação de órgãos é um ato regulamentado que pode salvar vidas. “Compreender a importância da doação é essencial para aumentar o número de doadores e, consequentemente, salvar mais vidas”, conclui.